sábado, 26 de julho de 2008

The PI is on way - IV


20 de Julho de 2008

O adeus de um dos símbolos da minha adolescência

João Vieira Pinto disse adeus à sua carreira de futebolista esta semana. Foi um momento, para mim, de olhar para o passado.

Durante a infância/adolescência é normal existirem pessoas modelo, no meu caso João Pinto foi uma delas. A minha paixão por jogar futebol e a inocência daquele período faziam-me sonhar em ser jogador profissional de futebol, em particular envergando a camisola do Benfica, e o João Pinto, pelo seu excelente futebol e por ser a figura do Benfica durante largos anos da década de 1990, era o meu jogador favorito. Os seus golos eram para mim motivo de explosão, as suas jogadas fantásticas eram das poucas alegrias que o Benfica me dava. Foi sem dúvida alguém que eu admirei bastante no mundo do futebol.

Com o passar do tempo fui percebendo que ser jogador de futebol profissional não dependia apenas da minha vontade. Factores como aptidão inata, sorte e influências exteriores são decisivos. Comecei a perceber que existe muita gente que anda a estragar a beleza do meu desporto favorito com a sua ambição desmesurada, não se importando de "atropelar" os outros. Qualquer dia desabafo sobre um dos períodos mais tristes da minha vida, em que senti na pele o que disse anteriormente. O que se passou no verão de 2002 foi um duro golpe na minha ingenuidade de adolescente. Decorria o Campeonato do Mundo de Futebol de 2002, João Vieira Pinto, um dos meus ídolos, acabava de agredir a soco um árbitro. Fiquei incrédulo. Foi o desmoronar da sua figura mitológica. Disse adeus ao João. Nunca mais foi o mesmo para mim.

Há dias atrás relembrei-me dele, a propósito da sua retirada. Não posso se não agradecer-lhe. Agradecer-lhe por me fazer sonhar. Agradecer-lhe por me fazer acordar. Obrigado João!